Como se forma o olhar de um policial? E quando esse olhar encontra, todos os dias, o reflexo da cor da própria pele?Vestindo a farda e um paradoxo: e aí, policial, racismo existe?
parte de uma pergunta simples, mas incômoda:
o racismo influencia a forma como o policial militar percebe o mundo, age nas ruas e enxerga a si mesmo?
Valendo-se de uma entrevista em grupo, com conversas francas, entre oficiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro, a obra mergulha nas experiências (vivenciadas e relatadas), nos dilemas e silêncios que atravessam a rotina daquele que veste a farda. Não se busca apontar culpados. Este livro escuta. Escuta aquele acusado de ser um genocida; o desconforto de quem reprime um semelhante; o conflito interno de quem executa uma política muitas vezes direcionada contra os seus; as contradições da formação do olhar do policial, moldada por uma longa herança histórica que raramente é discutida nos quartéis.